sexta-feira, 21 de junho de 2013

Minha mãe que disse

Hoje tem um post "made in eu" no site Minha mãe que disse. Sororidade: alguns conceitos por si só já fazem a revolução.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Domingo, n'O Globo

Saimos no jornal O Globo do último domingo, dia 27/11.
A conversa é sobre estudar fora e criar filhos ao mesmo tempo, ou seja, encarar uma grande empreitada com a família.
Quem quiser conferir, clica aqui!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ela tá feliz!

Primeira ída da Clara ao balanço!

sábado, 16 de abril de 2011

debutante aos 3 meses e meio

Sou mãe. Isso já faz exatamente 3 meses e 19 dias, uma eternidade. Minha vitelinha é cheia de graça, beleza e personalidade. Não é porque é minha filha não (frase clássica maternal), mas a danada tem cada expressão, cada jeito no olhar... Como diz o papai "estou ligadinho em você, boneca". E essas expressões da Clara me deixavam sempre em dúvida sobre uma decisão que para algumas mães ocidentais não há dúvida: meninas devem usar brincos. E ponto.

Eu sou menina, e uso brinco. Mas a meninona aqui usa brinco porque isso foi uma das primeiras decisões graves e corajosas que teve que tomar na vida (será que isso me fez a mulher que sou hoje? Huuum...). Toda vez que pensava nisso me vinha na cabeça meu rosto pueril de 7 anos diante do espelho da farmácia que ficava na frente do prédio que morávamos na rua Moreira César: meu rostinho plácido todo cheio de manchinhas vermelhas de tanto chorar, meu cabelinho sertanejo anti-piolhos, uma linha preta de suor e poeira no meu pescoço e minha orelha inchada... e o choro, desesperado não por conta do que já tinha sido, mas do que ainda faltava: a outra orelha. Ó céus! Que mundo é esse, ou melhor, que tribo é essa que vivemos que obriga nós moçoilas a tais decisões? Sim, porque furar corpos é muito tribal, né não? Uga buga! Por que eu que andava feliz e satisfeita com minha pele seca de moleca, meus machucadinhos de joelho que ganhava nas partidas com meu irmão (era goleira) e meus dentes quebrados em oportunidades diversas, tinha que, de uma hora pra outra, passar por aquele ritual de tortura pra debutar no universo feminino? A resposta eu não sei gente, até porque não tenho a vaga lembrança de como fui parar naquela farmácia naquele bendito dia. Só sei que foi assim.

Daí que 23 anos se passaram e cá estou eu com minha Pituca vivendo o dilema: furo ou não furo? Minha ideologia de mulher segura, independente e feliz (rá!) sempre soprou no meu ouvido "ah, isso é algo que ela deve decidir, e se ela não gostar de brincos? não é certo essa imposição poxa...". Mas a mamãe aqui não podia dar uma voltinha com meu pedacinho de quelque chose que sempre ouvia por aí "c'est une fille ou un garçon, Madame?", ou da trupe de brasucas "ah, cadê o brinco? ela é menina pô!".

Essa pressão social é chata, tensa e unânime (portanto burra). Sabe aquelas frases do tipo "mãe é mãe"? Pois então, super discordo. Mãe é mãe nada. Tem mãe de todo tipo, pra todo gosto e de todo preço. Essas frases só servem pra esvaziar o debate (que debate, cara pálida?), dissolver o conteúdo. Vocês me acham polemiqueira? Heim, heim?

Tá. Clara é muito querida e ganhou brincos de presente. Um da titia e outro da sogra da outra titia. Umas fofas né? Eu aqui achando que iria ter uma filha revolucionária, cheia de atitude e sem brincos, me derreto toda quando olho aquele parzinho miúdo de bolinhas douradas... que doçura! Passei dias olhando a orelhinha dela enquanto dava de mamar, pensando se eu deveria fazê-la passar pelo sofrimento desse debute feminino, ou pior ainda, se durante a furação eu deveria dizer pra ela com a cara mais cínica e adorável outra frase senso comum: "pra ficar bonita tem que sofrer, filha"...

Rodei, questionei, sofri, pelejei e cedi! A minha experiência com brincos foi trash. E eu não esqueci. Muda tudo ser uma mulher que tem que tomar essa decisão com relação às próprias orelhas e ser uma mulher já "brincada" desde bebê. A Clara já é uma mulher "brincada". Brincadeira ou não, só não tive dúvidas de que esse momento deveria ser registrado. Já que a memória de recém chegada dela se limita a saber pra que servem os meus peitos e o quão gostoso é o colinho do papai. Dificilmente ela vai ter o gostinho de poder falar do quão doloroso é o debute feminino...

(reparem na reação dela)



Filha, mamãe tá feliz em saber que seu debute foi indolor!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O que te aconteceu, menina ?!

Depois de meses de congelamento blogático botei os dedinhos pra funcionar e vim aqui dizer aos meus leitores inexistentes e imaginários que nesse meio tempo:

- o Rio de Janeiro já deslizou sob meus pés;
- A água salgada e gelada de Búzios já banhou meu corpinho;
- A feijoada já passou pela minha barriga;
- O brigadeiro, a água de côco e os docinhos de festa brasucas também;
- O bebê que tá na minha barriga mostrou na ultra que é uma menina e que a florzinha se chama Clara;
- Os quilogramas já se instalaram no meu sistema em número inesperado e agora aguardam a amamentação para partir;
- Uma sessão de outono na faculdade já começou e já terminou;
- Algumas sessões de desmaio também ocorreram no metrô calorento anti-grávidas de Montreal;
- Tive a honra de ser transportada pela famosa ambulância do emergência 911;
- O calorzão passou e a neve já tá caindo (iupe!);
- Já é Natal na Leader Magazine;
- Fui assistir o Cirque du Soleil e quase minha bolsa estourou com o susto que levei quando a acrobata deslizou o passo bem na hora do salto mortal de costas e pro alto... ave!
- O Ano Novo taí e de novo me surpreendo com a abstração chamada Tempo;
- A bolsa ainda não estourou!!!

E, então... sigamos!!!


domingo, 18 de julho de 2010

Efeito Rivotril

Só grávida e morando longe pra saber o valor de uma paçoca.
Acabo de comer as últimas 3 paçocas do pote trazido pela amiga que já partiu. Foi um momento solene, 1h e 30 min depois do almoço, faltando 30 min pra dar de novo a fome negra da grávida que come de 2h em 2h, mandei 3 paçoquitas e senti aquele efeitinho Rivotril, sabe? Hummm... oh...

A última vez que eu senti esse efeito foi dia 15 de setembro de 2009, na viagem Rio-Montréal. A viagem era longa, dia de imigração, e pedi pra mami um rivotrilzinho pra ver se eu dormia no voo. Ela disse "que nada, leva essa caixa aqui ó.". Eu trouxe a caixa, mas até hoje só um foi tomado. O suficiente pra eu achar o voo da Air Canada deslumbrante, adorei aquelas luzez que mudavam de cor, amarelo, azul, vermelho, verde, laranja... cada hora a luz do avião era diferente... sensacional o engenheiro de voo que desenvolveu essa idéia. Só achei estranho porque marido disse que a luz era uma só: branca. Enfim.

Mas voltando pro efeito Rivotril, ficar grávida e longe das guloseimas da terra é uma tortura. Todo dia tenho um desejo que não é e nem pode ser realizado. Alguém pode dimensionar o que é querer uma esfirra de queijo do árabe do Largo do Machado e não poder ir lá buscar? Ou um pão com manteiga clássico das padarias de Niterói que dão a torto e à direita em cada esquina daquela cidade e ter que se contentar com um pão de forma? Ou pior, sonhar com o biscoito Globo de Ipanema e lembrar que o globo terrestre é muito grande e que a praia fica a alguns mil kilometros daqui?

Sim, não é fácil. Se aquela estória de que quando a grávida não realiza seu desejo o filho nasce com cara de desejo não realizado, o pimpolho vai ser uma mescla de cara de farinha láctea, biscoito globo, esfirra e tapioca. Hum... vou morder ele! nhac, nhac!

Agora tô aqui contando os dias pra minha viagem ao Brasil que vai ser sem dúvida uma das melhores viagens culinárias da minha vida! Tô fazendo a agenda de acordo com as prioridades estomacais...

E nada de tarja preta ou censura, bora comer!!! Iupi!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Chuva, suor e brotueja

Quando a gente fala "tô de mudança pro Canadá" é normalíssimo ouvir "vai fazer o quê lá menina? é frio o ano todo, menos 40!"... aí lá no seu íntimo de pessoa que tá querendo uma experiência nova, aprender línguas, estudar fora, enfim, ver qual é pra lá do acolá, você se diz: "ah, tudo bem, se os canadenses conseguem eu também consego!" (licença poética).



Aí eu chego, é setembro, fim de verão. A gente anda de camiseta pra lá e pra cá, sua à beça (mesmo) indo atrás das coisas pra montar a nova casa, no máximo uma jaquetinha e já tá ótimo quando bate aquela brisa da noite. Fim de setembro, início de outubro bate a brisa fria, é outono. Pra recém chegado do Rio dói mesmo na alma. Aí os que estão aqui há mais tempo começam com as ameaças "ih, você não viu nada...", ou "frio? que frio?", e você lá com aquela carinha de tacho toda trêmula.

E o tal frio de verdade, esse sim, chega mesmo, e o pico do frio nesse inverno de 2009/10 foi de -19 graus (viu, gente? não é nada -40!). Esse dói mesmo.

Ok, eu acredito no inverno. Especialmente o inverno do Canadá, que assusta muita gente que nunca nem sentiu na pele. Mas acreditar no verão do Canadá? Rôrôrôrô!...


Pois é, eu também não acreditava. E mesmo com a sensação térmica de 44 graus que tivemos ontem, ainda tem gente que não acredita e pergunta "e aí, tá frio aí?". Não cara pálida. É verão, V-E-R-Ã-O, l'été, summer... E não tem essa de não acreditar que o calor daqui é quente, porque calor é calor em qualquer lugar do mundo, basta estar quente.

Agora vem o plus: e se você estivesse nesse calorzão de fritar ovo na areia e seu coraçãozinho ao invés de bater a 70 por minuto, que é o normal do ser humano em repouso, ficasse batendo constantemente a 100, como se você estivesse numa caminhada no calçadão de Ipanema? O calor aumenta né? Pois é, é assim com as grávidas, que por terem 50% a mais de sangue circulando na fábrica por conta da demanda do produto, estão sempre aceleradas (por dentro, porque por fora é uma moleza só.) e portanto sentindo mais calor. Ó céus! Essa sou eu! Ou melhor, esse ovo frito na areia sou eu!


(e esses aí de roupa devem ser os gringos!)


Bom, ao menos a idéia do meu filhote nascer no inverno já tem me agradado bem mais... neve, Natal, jingle bells, soam os sinos para o pequenino... hum... que bela paisagem! Assim o pimpolho não vai sair da minha barriga quentinha pra cair direto num lugar quentão que é o verão montrealense!
A meta agora é que o baby esteja livre das brotoejas no próximo verão! Fora brotuejas! E viva o ar condicionado! (que eu nem tenho, haha!)



p.s.: Ah! O "chuva" do título é pra ver se atrai mesmo...